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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Mundos Possíveis em Termos de Classificação

Escritores sobre assuntos de economia, políticas sociais e afins utilizam a muito conhecida divisão do mundo em três categorias, de acordo com certas definições: primeiro segundo e terceiro mundos. Tal divisão, se bem que tenha sido universalmente adotada, parece estar fundada em um conceito ultrapassado ou inadequado, pois as condições dos países hoje em dia, uns em relações aos outros, são tão variadas que não cabem em apenas três moldes. Por este motivo, seria preciso acrescentar pelo menos mais uns três mundos com suas características definidas de condições sociais e econômicas.

Se, por um lado, é aceitável colocar países como os Estados Unidos da América, a França e a Alemanha dentro da definição dada pela expressão "primeiro mundo", por causa de seu nível muito semelhante de progresso social, por outro lado, não é possível afirmar que Brasil e Nigéria, por exemplo, podem ser encaixados na mesma categoria de "terceiro mundo". Se o Brasil está nela, então a Nigéria e outros países do mesmo perfil teriam de ser ditos de "quarto" ou de "quinto mundo". E o que dizer do Haiti, do Quênia? O problema é que a definição de primeiro mundo se aplica muito bem aos países para os quais é destinada, talvez a de segundo mundo seja um tanto adequada aos seus países alvos, porém, a de terceiro mundo com certeza mascara a realidade, criando um conceito na mente dos que a utilizam que é a média ponderada de todos os países por ela englobados. Neste caso, se o leitor preferir que o terceiro mundo seja exemplificado pelo Brasil ou pela Argentina, tendo estes países como paradigmas e alvo das políticas econômicas unificadas do primeiro mundo para com o terceiro, tal conceituação será injusta para com os países que estão muito aquém daqueles no seu desenvolvimento econômico e social. Tal concepção dificulta a compreensão do nível e tipo de justiça social que os países abaixo do "segundo mundo" necessitam para a correção das injustiças e desigualdades que os assolam. Quer dizer, se fosse possível repartir igualitariamente toda a riqueza que existe no Brasil o problema deste país estaria solucionado, mas se o mesmo procedimento fosse adotado na Nigéria não mudaria quase nada. O Brasil sofre de um alto grau de injustiça "interna", enquanto que, na Nigéria, a necessidade mais premente é de justiça "externa".

Quantos "mundos" serão necessários para englobar a diversidade de condições neste planeta? Se partirmos de uma tabela com os países alinhados de acordo com o seu nível de desenvolvimento medido pelo "índice de Gini", ou qualquer outra medida justa das suas condições econômicas e sociais, poderemos ter umas cinco ou seis divisões acuradas, e a ajuda para o desenvolvimento e alívio imediato das dificuldades haverá de ser direcionada, em primeiro lugar, para os mais necessitados do mundo. Deste modo, deveria haver um programa mundial de ajuda para que os países do "último mundo" passassem para o nível do "penúltimo", os quais seriam então juntamente considerados como se encontrando no último nível e alvos do mesmo processo, até que toda a humanidade alcançasse igual nível de desenvolvimento, ou, pelo menos, devessem os países serem classificados como pertencentes, no máximo, a um segundo mundo.

 

José Cassais

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