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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Considerações Sobre as Cores

Cada objeto particular tem a sua cor própria.

A base da cor própria de um objeto é uma das três cores primárias (amarelo, azul e magenta), ou a combinação, em qualquer quantidade, de duas ou três destas cores. Por exemplo: a cor própria pode ser o azul, ou uma combinação de azul e amarelo (o que resulta em uma cor secundária), ou uma combinação que inclua, além destas duas, uma quantidade de magenta (o que resulta em uma cor terciária). Logo, uma cor terciária não resulta da adição de uma primária e uma secundária, como amarelo e vermelho, por exemplo, mas da adição em qualquer quantidade das três cores primárias.

Além desta base, a cor própria pode conter uma quantidade de branco, que clareia a cor sem modificá-la (subtraindo uma quantidade da cor, ou cores, que compõem a cor de base).

A cor preta resulta da combinação em determinadas quantidades das três cores primárias. Logo, qualquer cor terciária pode ser obtida com a adição de preto a uma cor, seja esta primária ou secundária.

O preto pode ser considerado a soma ideal de todas as cores, pois resulta da adição proporcional das três cores primárias. Logo, a adição de preto a uma cor, além de escurecê-la também a transforma em uma cor terciária.

Toda cor ao passar pelo processo de escurecimento torna-se uma terciária. O processo de terceirização de uma cor é também o do seu escurecimento.

O branco resulta da subtração proporcional das três cores primárias, é a própria ausência de cor, e não pode ser obtido a partir das cores sólidas.

O branco absoluto não é cor, mas luz.

Logo, a cor é o contrário da luz, a sua antítese e a sua negação, e a cor absoluta é o preto, que só se torna visível ao dividir-se nos seus componentes essenciais. Quanto mais dividido, mais visível torna-se.

O círculo das cores compreende as misturas mais características de cada duas primárias. Partindo do amarelo, temos: amarelo, laranja, vermelho, vermelho amagentado, magenta, roxo amagentado, roxo, roxo azulado, azul, azul esverdeado, verde, verde amarelado, amarelo novamente. Há outras misturas possíveis dentro do círculo, como, por exemplo, a que resulta do amarelo com laranja, mas, tal como esta, que pode ser considerada um laranja claro, aquelas não são cores com características bem individualizadas.

No círculo das cores, como no arco-íris, não encontramos terciárias, mas apenas primárias e secundárias. E o motivo é que este círculo mostra apenas a passagem de uma primária à outra primária.

No círculo das cores a cor mais clara é o amarelo, e as mais escuras são o azul e o magenta. Logo, a adição destas duas últimas produz a cor mais escura relativamente às outras cores do círculo, que é o roxo.

Portanto, o amarelo escurece tanto em direção ao azul, quanto em direção ao magenta, e o azul e o magenta escurecem em direção ao roxo.

As cores clareiam por subtração, e escurecem por adição.

Quando uma cor mista subtrai a cor mais escura de sua cor própria, indo em direção ao branco, ela começa a revelar sua cor componente mais clara, portanto, as cores clareiam em direção á cor clara mais próxima (na ordem do círculo das cores), e ao branco.

As cores escurecem em direção ao preto, porém o preto é uma mistura equilibrada de todas as cores, e por isto as cores primárias escurecem em direção a secundária próxima, e as secundárias diretamente com a adição de preto.

A cor própria de um objeto, com a adição de preto e branco, e a sua cor próxima mais clara, formam um “caminho”, trajetória de cores ou matizes possíveis entre a luz e a sombra plenas.

As cores clareiam, a princípio, por subtração, antes de irem em direção ao branco (se é que a cor própria do objeto já não contém branco; neste caso ela clareia direto para o branco). Logo, uma cor primária nunca está na extremidade escura de qualquer “caminho”. Qual cor ela subtrairia de si mesma? As cores primárias clareiam diretamente para o branco.

As cores mais claras de um “caminho” não podem ser mais transparentes que as suas cores mais escuras, já que as luzes são opacas e as sombras transparentes.

As únicas cores que existem são as três primárias, e com a mistura destas em quantidades variadas são formadas todas as cores compostas possíveis. A soma ideal das cores existentes é o preto — a cor por excelência. Esta é a cor que satisfaz completamente o nosso senso estético (isto sem considerar o papel da luz, indispensável na composição de uma cena esteticamente agradável).  Quando observamos um objeto colorido sempre esperamos ver nele uma mistura equilibrada das três cores primárias, que produza em nossa sensibilidade a sensação psicológica do preto. Este fato nos leva à concepção de cores complementares, ou seja, cada primária é complementar das outras duas, neste sentido de satisfazer o nosso senso estético. Normalmente, em uma cena composta qualquer, como numa paisagem ou natureza morta, existe a presença de cores secundárias (verde, laranja, vermelho, carmim, roxo, etc.) Nesta concepção tradicional de cores complementares, opomos uma cor secundária composta à cor primária que não faz parte dela. Seguindo a ordem do círculo das cores, temos como complementares:

AMARELO / ROXO

LARANJA / ROXO AZULADO

VERMELHO / AZUL

VERMELHO AMAGENTADO / AZUL ESVERDEADO

MAGENTA / VERDE

ROXO AMAGENTADO / VERDE AMARELADO

Não é necessário, na verdade, opor uma primária e a sua secundária complementar para obter-se o efeito de completude estética. Basta que todas as primárias estejam presentes no par em questão, como, por exemplo, acontece na oposição do vermelho (amarelo e magenta) com o verde (amarelo e azul). O que nos permite a apresentação de uma mais ampla tabela de cores complementares, conforme podemos visualizar no círculo das cores, aqui adaptado para a forma triangular:

 



Todo objeto que recebe luz incidente em uma parte apenas de sua superfície, mostra a outra parte obscurecida, e é evidente uma diferença na coloração das duas partes do mesmo objeto. Um objeto laranja, por exemplo, mostrará na sua parte iluminada, uma cor amarelada com tendência para o branco nas partes mais claras; a sua cor verdadeira, o laranja, aparecerá nas partes medianamente iluminadas, enquanto que nas áreas escuras a sombra própria do objeto apresenta uma tendência para a sua cor complementar. Quando um certo limite é atingido, a sombra passa a ser formada com a adição de preto. As cores complementares mais usuais que adicionadas formam as sombras próprias de cada cor primária ou secundária são as seguintes (para este fim, dada a característica diáfana das sombras, foram escolhidas tintas com pigmentos transparentes):

MAGENTA: VERDE ESMERALDA

ROXO AMAGENTADO: VERDE ESMERALDA

ROXO: VERDE ESMERALDA

ROXO AZULADO: VERMELHO FRANCÊS

AZUL: VERMELHO FRANCÊS

AZUL ESVERDEADO: VERMELHO FRANCÊS

VERDE: ROXO

VERDE AMARELADO: ROXO

AMARELO: ROXO

LARANJA: AZUL FTALO

VERMELHO: AZUL FTALO

VERMELHO AMAGENTADO: AZUL FTALO

 

José Cassais

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