Eu queria ser uma árvore.
Eu queria ser uma árvore. E estava sendo sincero.
Isso foi pela manhã.
Já não sei mais porque tive um tão incomum desejo.
Desconfio que pretendia anunciar, talvez, uma grande verdade,
Algo que os filósofos deixaram escapar em suas meditações seculares,
Algo que minha mente captou de maneira fugaz, mas intensa.
Não consigo lembrar o que me levou, realmente, àquele desejo.
Teria sido algo, assim, TÃO importante?
Pois a única certeza que tenho, agora,
Quando a noite já desce sobre a cidade, e eu estou aqui empoleirado
No sexto andar deste edifício-hotel impessoal,
É que não pretendo mais ser uma árvore.
Nem com todos os passarinhos do mundo!
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