A Última Testemunha – Joel
Goldman
O detetive Lou Mason, de A Última
Testemunha, é do tipo que quando está sendo ameaçado fica fazendo piadas,
dizendo frases espirituosas. Dá para imaginá-lo com o rosto impassível,
driblando emocionalmente o perigo com o uso da ironia. Se morrer ele será, ao
menos, aquele que contará a última piada. Não dá para não pensar em Sylvester
Stalone como sendo uma inspiração para o autor, o qual faz, realmente, uma
citação no livro a respeito de um dos personagens do ator. Uma característica
dos figurantes principais é que eles são bem pouco sofisticados se comparados
aos personagens de outros autores que seguem mais ou menos a mesma linha, tais
como John Grisham e Sidney Sheldon. Sua alimentação nunca é escolhida no cardápio
de um restaurante de luxo, servida com prataria e pratos sofisticados. Gostam
mesmo é de um bom hambúrguer com cerveja. Ou com milk-shake de chocolate.
Argh!
O livro é uma espécie de romance
policial no estilo "jurídico," com muitas descrições interessantes de
como as coisas acontecem nos tribunais. O autor explica os meandros dos julgamentos
e da corrupção política enquanto desenvolve o seu enredo. Além do mais, tem
bastante ação e diálogos inteligentes na forma de um clássico no melhor estilo
"whodonit" (quemfezisso), desenvolvido principalmente por Conan Doyle
e Agatha Christie. O autor coloca várias pistas que deixam o leitor tentando
descobrir quem é o assassino, e, no final, revela mais alguns detalhes
esclarecedores. Boa leitura para quem gosta de ação e diálogos inteligentes e
espirituosos misturados com detalhes técnicos os quais todos querem conhecer
sobre o funcionamento da lei e dos tribunais.
josé Cassais
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