À TARDE
Agradeço
a Deus
Pelo
silêncio
Que às
vezes se faz.
O
silêncio permitido
Pelo
rádio desligado,
A TV
muda e vazia,
As vozes
cessadas.
Agradeço a Deus
Pelo som da voz de uma criança,
Medido e sentido pela distância;
O som do canto de um pássaro
Crescendo no silêncio.
O som de um serrote é o som do aço
E da madeira, tão primitivo
Quanto nos dias de Noé.
Baixo contínuo é o vento,
De tudo um violoncelo desafinado.
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