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domingo, 14 de abril de 2013

Sobre o Chão do Rio Grande

Casas de madeira desgastadas pelo tempo,
Com sombras espalhando-se nos cantos do forro;
Sombras combatidas pela luz de uma janela pequena.

(quatro vidros retangulares e não muito limpos,
                                              um deles trincado)
E a pintura das paredes,
Tão antiga como todas as outras coisas,
Entreabrindo sob a pele partida vestígios de pinturas
Ainda mais antigas.

(paredes pintadas de cal colorida nestes tons azuis,
verdes e rosas esmaecidos, um painel delicado
de pastéis impressionistas erguido
sob a mão de artista do tempo, com pincéis de frio,
de umidade do roçar de braços e costas humanas,
de calor de fogão a lenha, fumaça de lampião,
risos. conversas, gritos...
esperas...)

Pobres casas de madeira enegrecida
Plantadas neste solo do Rio Grande do Sul!
Madeira escura suportando o contato dos pregos enferrujados,
O metal lentamente desfazendo-se,
Escorrendo
Pelas frestas o óxido do tempo.

Pobres casas habitadas por pessoas
Semelhantes às suas casas,
Entregando-se ao tempo sobre o chão do Rio Grande.

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