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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Poesia - Inconcebível



INCONCEBÍVEL

 

Depois de fechar a porta eu me vi a sós

No quarto que tinha o tamanho do universo.

Todas as coisas que importavam

Haviam ficado do outro lado da porta.

 

Do lado de dentro eu não podia mais abrir,

E, do lado de fora, somente a princesa dos sonhos

Recônditos poderia, se quisesse, abrir para mim.

Cometas riscavam o firmamento do meu quarto.

 

Colei o ouvido à porta para escutar os teus passos

Do outro lado, nas tuas ocupações singelas,

Na tua azáfama doméstica. Lentamente,

O som das sandálias diluiu-se no vazio inconcebível.



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