DESEJO
Pensei
em escrever um poema que começaria dizendo:
Eu
queria ser uma árvore.
Eu
queria ser uma árvore — e estava sendo sincero.
Isso foi
pela manhã.
Já não
sei mais porque tive um tão incomum desejo.
Desconfio
que eu pretendia anunciar, talvez, uma grande verdade,
Algo que
os filósofos deixaram escapar em suas meditações seculares,
Algo que
minha mente captou de maneira fugaz, mas intensa.
Não
consigo lembrar o que me levou realmente àquele desejo.
Teria
sido alguma coisa assim tão importante?
Pois a
única certeza que tenho agora,
Quando a
noite já desce sobre a cidade e eu estou aqui empoleirado
No sexto
andar deste edifício-hotel impessoal,
É que
não pretendo mais ser árvore.
Nem com
todos os passarinhos do mundo!
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