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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Contemplação 2

A natureza é hora alegre a mais não poder;
Depois, torna-se sensual e convida ao prazer.
Às vezes é triste, mas de uma tristeza bela,
O tipo de tristeza que a gente sente
Quando toca a orla de uma beleza inefável.
Ou, então, ela nos transforma em místicos contemplativos,
Sentados sobre a erva como folhas caídas,
Sendo acariciados pelo mais leve roçar da aragem,
A contemplar a dança de huris das folhagens.

Cada novo dia a natureza veste sua mais bela roupa,
Veste de chuva ou sol, cada qual melhor costurada.
Deus nos disse que o encontraríamos na natureza,
Que ela é obra e testemunho perene de suas mãos;
Cada crepúsculo é insuperável como obra de arte
Que Ele compõe utilizando nuvens e céu e sol e vento.

Meditando nessas coisas, e sem querer dar o braço a torcer,
Certos sujeitos que chamam a si mesmos de “cientistas”,
Inventaram uma tal Hipótese Gaya. Bah!
Como se a própria terra fosse um deus ou deusa,
Ou como se a ideia fosse nova, não tivessem já os gregos
Pensado nisso há tanto tempo.

É bom ficar aqui sentado, enquanto posso,
Redescobrindo a mim mesmo como parte desta natureza mutável.
Foi para este fim que Deus me criou.
Amar a natureza e comungar com ela
Não tem nada a ver com flauta de Pã,
Epicurismo, ou sei lá mais o quê!

Sócrates diria que a natureza sendo bela,
Possuindo-a alguém, por estar em comunhão com ela,
De nada mais teria necessidade,
Pois o Bom e o Belo, que afinal são a mesma coisa,
Não podem desejar o que não lhes falta.

No entanto, não é possível negar
A beleza suprema da natureza,
Nem é solução dizer
Que ela é intermediária entre o Belo e o Feio.
Ela é bela simplesmente em si mesma,
Como cada coisa bela é uma beleza em separado.

E a luz nunca se sacia de luz.

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